No ano de 1916, o Oeste Paulista conheceu a Estrada de Ferro Sorocabana, possibilitando o desenvolvimento urbano e econômico das cidades abrangidas. Mas, hoje, no ano de centenário de Presidente Prudente, a malha ferroviária da região permanece inutilizável, e o descaso tem gerado indignação à população. Participativa na sociedade, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) luta incansavelmente pelo retorno do modal e cobra providências concretas da concessionária América Logística Malha Paulista S.A., controlada pela RUMO. Em última reunião realizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), através da Audiência Pública nº 010/2016, em São Paulo, a RUMO ALL apresentou o estudo que prevê investimentos de aproximadamente R$ 5 bilhões e prorrogação da concessão por 30 anos. Entretanto, apenas à malha paulista e à linha troco oeste, que liga Itirapina à cidade de Panorama, excluindo a região de Presidente Prudente, pertencente à malha Sul, que corta Rubião Júnior a Presidente Epitácio. Antes de homologar o acordo judicial de outubro de 2010, a ANTT realizou inspeção técnica na via permanente entre Rubião Júnior e Presidente Epitácio. Na ocasião, a agência concluiu que a manutenção era quase inexistente e que havia interrupção no tráfego comercial no trecho. Por sua vez, a ALL foi notificada sobre as irregularidades detectadas e informada de que o não atendimento poderia implicar em processo administrativo. Em vista da responsabilidade que a concessionária tem pela manutenção da via permanente e pela segurança das operações em toda a malha arrendada, a RUMO ALL não vem cumprindo com suas obrigações e alega que a região modal de Presidente Prudente não tem demanda e interesse econômico; com isso,pede a devolução da área, requer que as multas previstas pela falta de cumprimento do contrato sejam “substituídas” por investimentos na malha ferroviária em outras regiões. No entanto, como é de conhecimento da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e comprovado, oito empresas que viabilizam os setores de açúcar, etanol, calcário, fertilizante, milho, soja e farelo, num montante de 927.786 de toneladas, requerem a recuperação dos trilhos e a reativação da malha ferroviária na região entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio. Dessa forma, o Ministério Público Federal (MPF) cobra que haja a reativação da linha ferroviária. Apontaque a concessionária é indiferente sobre a região e a ANTT deveria cobrar e penalizar a Rumo ALL com mais rigidez, devida às circunstâncias.O último andamento do processo se deu em julho de 2016, quando a Justiça não concedeu suspensão do processo, solicitado pela Rumo ALL. Conforme a Procuradoria da República, além de não ser constatada a prestação de serviço ferroviário no trecho de Presidente Epitácio a Presidente Prudente, a concessionária desativou o trecho entre Presidente Prudente e Ourinhos/Rubião Júnior, “violando as normas reguladoras” e “causando sérios prejuízos à região”. Durante todo o período, a Rumo ALL sucateou a malha ferroviária da região e cessou as atividades. Agora,além de abandonar, ainda quer usurpar o dinheiro da multa [por falta de cumprimento de contrato da malha ferroviária] que não está inclusa a nossa região.