Em audiência pública, na noite desta quarta-feira (11), a Câmara Municipal recebeu secretários municipais, entidades, presidentes de bairros e população para debater sobre a prestação de serviços no transporte coletivo e a aplicação do Plano de Mobilidade Urbana em Presidente Prudente.     Os principais pontos levantados por meio do Requerimento Nº 10334/17, de autoria do vereador Izaque Silva, foram: gargalos no quadrilátero central; regularização de espaços para estacionamento de veículo; implantação do Sistema Onda Verde; investimentos em divulgações de campanhas de conscientização no trânsito; uso de obstáculos para a redução de velocidade nas proximidades de rotatórias e pontos específicos; e aplicação de mais semáforos em grandes rotatórias.     Também, foi questionado o excesso de faixas amarelas; o crescente número de buracos em vias públicas; e a necessidade de criação do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana e de Transporte coletivo público, com participação dos Poderes Público Municipal e Legislativo, entidades, sociedade civil e uma ouvidoria.     Já sobre o transporte urbano, foram destacados problemas como horários reduzidos nas linhas; veículos com idade avançada; falta de ar-condicionado nos ônibus; pouco investimento em melhorias tanto nos veículos como no Terminal Central; e tarifa não condizente com o serviço prestado.        Company Tour   A advogada da empresa Company Tour (de nome fantasia Prudente Urbano), Renata Moço, reconheceu que a prestação do serviço tem deixado a desejar e a tarifa está cara, mas salientou que o município é o maior responsável pelo transporte púbico.     De acordo com Renata Moço, o maior problema é a falta de subsídio, pois segundo, a Company Tour tem investido (por conta própria) cerca de R$ 910 mil mensais, e por isso, não pode praticar melhorias nos veículos. “O Poder Executivo encaminhou o Projeto de Lei ao Legislativo Municipal para redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) da empresa de transporte, o que não foi aprovado. A redução desse imposto implica diretamente na redução da tarifa”, afirmou.     A advogada também cobrou uma melhor postura e incentivo da Prefeitura para captação de mais usuários de ônibus e, assim, garantir o equilíbrio. Conforme, o preço elevado também se dá pela diminuição demasiada de passageiros pagantes e o aumento da quilometragem.     Por fim, Renata Moço disse que a concessionária reconhece que os veículos foram reformados da frota da TCPP (e não novos como divulgado), mas que estão no limite do edital; em compensação, desconhece a informação de que haveria ar condicionado e Wi-Fi.     Em resposta, o presidente da 17ª Legislatura, o vereador Demerson Dias, explicou porque a Câmara não aprovou a redução do ISS. “Não existe apenas a Prudente Urbano como empresa de transporte público na cidade, temos também os aplicativos que oferecem descolamento de passageiros, e no projeto não constava a redução de 5% para 2% a essas empresas particulares”. Além disso, Dias ressaltou que na época, a Company Tour ainda devia algumas parcelas da Outorga.     Munícipes   Dezenove munícipes se inscreveram para falar na tributa e apresentar suas reivindicações. Para o cidadão Gilson José de Menezes, a crise econômica está presente no país, no entanto, em muitas cidades brasileiras, a tarifa é condizente com toda infraestrutura oferecida (ar, Wi-fi, GPS e pontos bem estruturados), realidade a qual não se faz em Prudente.   Para Fernando Gesse, o transporte público é uma das principais políticas públicas que um município tem, pois afeta tanto a educação, a saúde, o meio ambiente e o transporte como um todo. “Esse problema em Prudente é de longa data; na gestão passada foi feito um estudo que gerou gasto de mais de R$300 mil, criou-se um projeto de mobilidade urbana (quatro terminais), no entanto, sem utilidade alguma”, pontuou.