Nesta quarta-feira (24), a Prefeitura de Presidente Prudente iniciou a demolição dos imóveis localizados sob o viaduto Comendador Tannel Abbud, cujo projeto faz parte da revitalização do o camelódromo e conexão da região central com a zona leste, anunciado, inclusive, em dezembro de 2017. Dentre as mudanças, o projeto também prevê a ligação do calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei com a Vila Marcondes. No entanto, um dia após, na quinta-feira (25) foi noticiado que a Rumo/ALL (América Latina Logística) informou que, caso a Prefeitura de Presidente Prudente dê sequência às obras de intervenção urbana na faixa de domínio da ferrovia, tomará “medidas cabíveis” em relação ao caso. Eles alegam que a permissão concedida ao município dizia respeito somente à construção de uma ciclovia, já que a execução de alguns dos outros empreendimentos não atende às normas regulamentares da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Por outro lado, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) disse ter recebido “com estranheza”, pois salienta que em 2017 foi feito um acordo entre o município e a empresa, inclusive com o pagamento de um valor de R$ 24 mil, para que a Rumo autorizasse a demolição dos muros, além da construção de um boulevard e de uma ciclovia em torno da linha férrea. Para o presidente da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), Marcos Lucas, a Rumo é, atualmente, um “grande entrave para a região” e tem “freado o desenvolvimento local de forma exponencial”, considerando que não demonstra interesse em recuperar o transporte ferroviário e nem repassa a concessão. “Pelo contrário, a ideia da empresa é estender a concessão por mais 30 anos, mediante um valor bem abaixo do que os trilhos valem”, argumenta. Marcos ainda acrescenta que, não bastando isso, a companhia quer agora “brecar” os projetos da Prefeitura, que, a seu ver, não pretende colocar os empreendimentos em cima dos trilhos, mas às suas margens. “Gostaríamos que a empresa viesse a público para dizer que não deixará as obras irem em frente porque tem interesse de retomar o trem, mas não parece ser este o caso”, avalia.