Um assunto muito polêmico e que está em pauta na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) é o Projeto de Lei (PL) 529/2020, de autoria do governador João Doria, que altera e extingue diversos serviços nas áreas de saúde, moradia, transporte, regularização fundiária e agricultura familiar, autarquias e tributos. A justificativa dada pelo governo é a crise do novo coronavírus (Covid-19).     Dentre algumas determinações, o PL extingue dez empresas públicas; reduz verbas de universidades; prevê a venda do patrimônio imobiliário do estado; privatiza parques e unidades de conservação; aumenta impostos em itens básicos da cesta básica; retira de benefícios tributários de alguns insumos agropecuários; e concede o direito à isenção do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) apenas para deficientes físicos, excluindo pessoas com deficiência visual mental e autistas.     Em defesa, o Governo do Estado esclarece que o projeto promove a modernização administrativa e ajuste fiscal, garantindo o atendimento de serviços públicos, que podem ser impactados pelo déficit de R$ 10,4 bilhões, previstos para o próximo ano, por causa da crise do novo coronavírus. Segundo, com a mudança, nenhum serviço será prejudicado, pois serão absorvidos e oferecidos por outros órgãos estaduais, com uma estrutura mais enxuta e eficiente.     De acordo com o vice-presidente, Itamar Oliveira Jr., se aprovado, esse projeto de lei também traz aumento de impostos na cesta básica, remédios e demais produtos essenciais para sobrevivência. “É um projeto que o governo quer que seja votado em caráter de urgência, em plena pandemia, onde já há tantas dificuldades”, salienta. Conforme, a população pode contribuir enchendo as caixas de mensagens dos deputados para que votem contra o PL, e também ao governador, para que altere este projeto. “Em seus discursos, o governador diz que não há aumento de impostos, porém, o projeto prevê aumento sim”, esclarece.     Confira quais são as dez empresas a serem extintas, caso o projeto seja aprovado: - Fundação para o Remédio Popular (FURP); - Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP); - Instituto de Medicina Social e de Criminologia (IMESC); - Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN); - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU); - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S. A. (EMTU/SP); - Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP); - Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP); - Fundação Parque Zoológico de São Paulo; - Instituto Florestal.   Votação Pela terceira noite consecutiva, nesta quarta-feira (30/09) deputados contrários ao PL conseguiram obstruir a votação. Somou-se 44 a favor e 47 presenças – para ser aprovada, precisaria de 48. Com a obstrução declarada por diversos partidos, as presenças dos deputados dessas legendas não são contabilizados como quórum.