Devendo mais que Seu Madruga no seriado Chaves, há 16 meses, a Prudente Urbano, empresa responsável pelo transporte público em Prudente, não efetua o pagamento mensal do valor da outorga para a operação do serviço, conforme demonstrativo encaminhado pelo Executivo ao vereador Mauro Neves. Ao todo, a empresa repassou aos cofres públicos o equivalente a R$ 2.359.649,04, dos R$ 3 milhões acordados, que deveriam ser pagos em 36 parcelas. Desta forma, o montante em atraso desde 2020 chega a R$ 640.350,96.
O valor fixado deve ser destinado exclusivamente pelo poder concedente para realização de investimentos no sistema, tais como a construção de pontos de parada, terminais de passageiros, placas de sinalização, recapeamento e sinalização de vias, e outras ações relacionadas ao serviço de transporte coletivo.
Na última sexta-feira (06/08), a Prefeitura de Presidente Prudente (que, por meio de intervenção, o município será o responsável por gerenciar a empresa por 90 dias), anunciou a contratação da Approach Auditores Independentes, encarregada pela auditoria na Prudente Urbano. O objetivo é apurar se há ou não falhas na gestão do serviço e levantar a real situação financeira da concessionária.
O levantamento dos dados contábeis inclui informações do contrato formalizado em 2017, e será acompanhado por uma comissão montada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), com o acompanhamento de funcionários da Prudente Urbano.
Recentemente, a Câmara Municipal de Presidente Prudente aprovou em sessão extraordinária a liberação de R$ 500 mil em dinheiro público da Prefeitura para o pagamento de funcionários da concessionária Prudente Urbano. A proposta inicial era de R$ 1 milhão. Para que isso fosse possível, a Prefeitura apresentou dois projetos de alteração no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Cabe ressaltar que a briga judicial entre Prudente Urbano e Prefeitura continua por meio de diversas ações. Em uma delas, a empresa cobra R$ 8,5 milhões de ressarcimento por suposta defasagem tarifária, além de pleitear a revisão contratual, alegando a necessidade de reequilíbrio financeiro.