Há anos, a UEPP (União das Entidades de Pres. Prudente e Região) luta pela reativação ferroviária regional, por meio de cobranças à concessionária Rumo, ao Ministério Público e às três esferas de governo. Como sabido, os trechos que nos cercam está sucateado e servindo como um cenário propício ao vandalismo.

 

 

Um exemplo do total descaso da Rumo e possível  vista grossa por parte do Poder Público municipal é o trecho que liga a Avenida Fagundes Varella (pontilhão da Rodovia Júlio Budiski, na estrada KM 44) à entrada do bairro Parque dos Pinheiros, pertencente a Álvares Machado. Além de trilhos danificados e muitos entulhos às margens das vias, há outro agravante no local.

 

 

Conforme o presidente, Renato Mungo, a UEPP recebeu denúncia do descaso e, diante disso, integrantes da entidade estiveram pessoalmente no local. “Lá, constatamos crime ambiental grave, além do descumprimento da Lei nº 13913/19, que determina, no mínimo, 15 metros (de cada lado do trilho) para a denominada Faixa de Domínio, ao lado de rodovias e ferrovias”, informa.

 

 

Com marcas de pneu de veículos de grande porte, como trator, há lacunas gigantes onde deveria haver terra. “Tudo indica que a terra está sendo retirada do local. Não sabemos quem poderia estar fazendo isso e qual motivo. O fato é que em alguns pontos, parte do trilho chega a ficar suspensa”, alerta o presidente da UEPP.

 

 

Diante disso, a UEPP vai encaminhar ofício à Promotoria do Meio Ambiente e Ministério Público Federal. “O descaso é imenso. O local está totalmente abandonado. Essa realidade torna inviável a reativação, já que seria preciso, também, a recuperação da base do trilho, sem contar o dano ambiental ”, pontua Mungo.

 

 

 

 

Prefeitura de Álvares Machado

 

 

A UEPP enviou e-mail solicitando esclarecimentos ao prefeito reeleito Roger Gasques. Em resposta, o diretor de Agricultura Abastecimento e Meio Ambiente, Guilherme Bortoluzzi Cabrera, informou que é do conhecimento da prefeitura a situação relatada, e que regularmente  funcionários da prefeitura fazem a limpeza e recolhimento dos resíduos, mas não é realizada uma fiscalização mais formal.

Segundo, o descarte é feito pelos próprios moradores.

 

 

A retirada de terra também é de conhecimento da prefeitura, mas nunca houve flagrante. “A prefeitura possui a intenção de fazer adequação da estrada, melhorando as condições de trafego; acreditamos que assim diminua o problema de descarte irregular”, explicou no ofício.

 

 

No documento enviado, Cabrera salientou que a adequação seria muito benéfica para a ferrovia, pois ocorreria um isolamento físico da área, impossibilitando a retirada de terra.  Aduziu ainda que foi protocolado essa intenção no edital FEHIDRO 2020 no CBH-AP, mas não foi aprovado por acusação de não pertencimento ao referido comitê. “A estratégia de adequar essa estrada para diminuir esses problemas ainda continua ativa, procurando viabilidade financeira”, pontuou Guilherme Cabrera.