No final de 2019, a UEPP (União das Entidades de Pres. Prudente e Região) pautou a má infraestrutura e falta de conservação do terminal urbano central, localizado na Avenida Brasil. Na época, o secretário municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública (Semob), Adauto Lucio Cardoso, informou que a secretaria estava realizando orçamentos para pintura das estruturas de ferros e reposições das lixeiras. No entanto, nesses últimos seis meses, parte do terminal urbano passou a abrigar mais de 200 boxistas do camelódromo que permanecerão no local enquanto o espaço original estiver em reforma. Fato é que a prefeitura e concessionária nunca entraram em um consenso sobre a manutenção do terminal urbano central. Mas, o que também chama atenção, são os terminais da “rede de integração”. Três foram entregues em 2016, começaram a funcionar em 2019, mais ainda não prestam serventia para a população. O terminal da zona Oeste [que gerou mais custos, sendo R$1,5 milhão em obras] opera apenas uma linha e se localiza em um ponto ermo, longe dos bairros populares. Desde o vendaval de outubro do ano passado, está sem cobertura e ainda em fase de reforma. Já terminal da zona Norte, embora receba dez linhas, nenhuma dá acesso à região central. O terminal da zona Sul opera apenas cinco linhas. Inaugurado em 2008, o da zona Leste é o mais antigo, com 11 linhas atualmente. No entanto, nos quatro, a infraestrutura deixa a desejar e dá a sensação de falta de cuidados, com banheiros trancados, salas vazias e espaço alvo de vandalismo. Desde o início da operação, nunca houve integração entre as linhas, objetivo central das obras que superaram a quantia de R$3,7 milhões aos cofres públicos. Justificativas Hoje, a prefeitura e concessionária culpam a pandemia e justificam a falta de demanda de usuários, por isso, não operam em sua totalidade, mas que após a atual crise, a integração será colocada em prática, promessa também dita diversas vezes nos anos anteriores. Em entrevista ao Fronteira Notícias nesta quinta-feira (11/06), Adauto Lucio Cardoso ressaltou que os terminais foram construídos na administração passada, mas a atual gestão, assim que assumiu, fez uma programação para iniciar a interligação dos cinco terminais. “Essas localizações contam com poucos passageiros. Realizamos uma modalidade de licitação para colocar lanchonetes nesses locais para que possa dar vida para esses terminais”, disse. Sobre o da zona oeste, o secretário explica que o governo municipal não pode mexer, pois depende de um financiamento com a Caixa Federal, o que impossibilita sua relocação. “Na questão dos outros terminais, é possível fazer um trabalho para interligar as linhas, mas é difícil prever por causa da pandemia. Temos uma licitação em andamento com os terminais em funcionamento [Av. Brasil e zona leste], mas quanto aos outros três [norte, oeste e sul] vai demandar um pouco mais de tempo para que a prefeitura se organize, bem como a população começar utilizar esses locais”, explicou. Sobre a manutenção, Adauto garante que o monitoramento por câmeras é efetivo e a limpeza é feita semanalmente. “O terminal da zona oeste não está abandonado, está sendo feito um trabalho de reforma. A concessionária está arcando com a garantia e não custou um real para a prefeitura, mas a Semob monitora o local”, afirmou. Serviço ruim Além disso, a empresa também é alvo de reclamação de usuários. São itinerários longos, carros lotados, falta de ar condicionado, Wi-Fi que não funciona muito bem, constante atraso nas rotas e motoristas também fazendo função de cobrador. Situações típicas para quem depende do transporte público em Prudente, mesmo antes da pandemia e acentuado com a crise. Tarifa cara A tarifa é uma das mais caras do Estado de São Paulo. Com os atuais R$4,25, o valor é superior, por exemplo, a Marília (R$3,80) e Araçatuba (R$3,90). Prudente Urbano Sobre os terminais, a empresa alega que, a partir da atual licitação, todos os terminais estão sob a responsabilidade do município. Garantindo que todas as condições que constavam no edital estão sendo cumpridas, explica que a comparação com outros municípios com o mesmo porte é inviável, pois a tarifa varia de acordo com o número de usuários pagantes. CPI Após o prefeito Nelson Bugalho negar pedido de intervenção na concessionária Prudente Urbano, no início de junho, a Câmara Municipal aprovou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que num prazo de 90 dias, será investigado irregularidades no transporte coletivo, incluindo licitação, contrato, decretos municipais, capacidade econômica, contas, despesas, operacionalidade, fluxo de passageiros, planilhas de reajuste de tarifas, cortes de funcionários, bem como denúncias sobre a situação dos lacres das catracas dos ônibus e omissão de fiscais da Prefeitura na fiscalização dos veículos. [caption id="attachment_2211" align="aligncenter" width="300"] Terminal da Avenida Brasil[/caption] [caption id="attachment_2212" align="aligncenter" width="300"] Terminal da Zona Oeste[/caption] [caption id="attachment_2213" align="aligncenter" width="300"] Os banheiros são trancados e as salas estão vazias[/caption] [caption id="attachment_2214" align="aligncenter" width="300"] Não existem informações dos horários das linhas[/caption] [caption id="attachment_2215" align="aligncenter" width="300"] Há poucos assentos[/caption]